quinta-feira, 28 de outubro de 2010

FASE

Fase destinta
Fase aguda
Fase crônica
Fase insatisfatória
Fase desprendida
Fase esquecida
Fase estacionária
Fase perdida...

Silene Morigi

PERDA

Perdi a perda
Perdida
Des-perdida
Des-rompida
Per-vivida
Re-vivida
E-vasiva...


Silene Morigi

O NOVO NO VELHO

Vou me acostumar denovo
Com o velho vestido do novo
De um amor que nasceu ha muitos
Quero redecorar minha janela da alma
Mesmo que seja com laços já usados
Pois foram limpos e perfumados
Com o cheiro da oportunidade de mudar.


Silene Morigi

TU NÃO ÉS PRA MIM


Não fale coisas pra me magoar
Não me iluda
Eu já sofri...

Não me venha com frases feitas
Não me prometas o que não podes cumprir
Não me prometas a felicidade
O amor
A consideração
A mudança
Sei que és da boca pra fora
Sei que tudo és uma ilusão
Que tu és uma ilusão

Idealizei projetos que nunca acontecerão conosco
Acordei para a realidade
Antes cedo do que tarde
Tu não és pra mim
Apesar de nossas vidas
Terem sentido juntas...
Nossas ideias...
Nossos lábios
Que tocados transformam fronteiras
Eu também não sou pra ti

Somos cúmplices da nossa desgraça
Ligados pela força do destino
Separados pela força da vida
O que sinto por ti
Não se explica
Nem com mil poesias
Nem com mil canções
Em ti encontrei o que me completa...
O que me move...
O que eu tanto quero...
E não posso possuir...

Fomos nocauteados pelos amanhecer
Os raios do sol
Nos transportou para obrigações
Aquelas que não combinam com o nosso amor
Tu vais...
Eu fico...
E vendo-te partir senti um vazio
Te vi
Nos perdemos
Para talvez nunca mais nos encontrarmos...


Silene Morigi 

sábado, 23 de outubro de 2010

NA LAPA, NA BARRA OU EM SENTIDO LEBLON


Encontro-me em um lugar desconhecido
Daqueles que nunca frequentamos juntos
Lembro-me de ti em cada coisa que vejo
Dos teus ideais de liberdade
Concretizados nesse lugar
Tão diferente, tão diversificado
Te vejo na mesa do bar
Na decoração antiga
Nos discos na parede
No copo de chopp
Na malandragem dos rostos cariocas
No entusiasmo dos turistas
Nas conversas de canto de mesa
No cigarro
No aperitivo
Na música
Nos carros que passam
Nas horas que passam rapidamente
Nos casais, contemplando sua afinidade
Neste lugar tão seu, sem ao menos ser
Na poesia escrita em meio
Ao cinema
Ao livro
Ao intercâmbio cultural
Ao teatro
Aos lançamentos
Aos objetivos de vida
- sem objetivo algum -

Eis você aqui
Sem corpo presente
Escondido em toda tua particularidade
No teu mistério...
Tu estás presente sim
E eu estou de luto
Luto por não viver esse sentimento
Chegou o momento que eu mais temia
O momento em que fujo, desisto, entrego, sofro...

Estou aqui, sem estar
Bebo, sem beber
Fumo, sem fumar
Tento com dificuldades focar nos acontecimento
Não estou conseguindo
Somos apenas eu e o pequeno caderno
Com a caneta preta
- Preta do luto -
Preto da morte
Preto do vazio
Preto da junção de todas as coisas...

Meu corpo está aqui
Mas minha alma
Está vagando no infinito do nada
Na incapacidade de superar...

Sei que amanhã será outro dia
Depois outro
Ápos outro
E outro dia
Outro
E outro dia
Outro
E outro dia
Do outro dia
E finalmente a dor vai passar
A vida vai pulsar novamente
A dura realidade da existência virá
E tudo que escrevi até aqui
Pode não ter mais sentido
Pode ter perdido o sentido
Pode nunca ter tido sentido
Sei que isso vai acontecer
Só que neste momento
Tem o sentido de todo o meu sentimento
Me traz neste momento
O significado de estar sem estar
De ser sem ser
De existir sem existir...

Estou no Brasil em meio ao bucolismo da França
Estou no Rio de Janeiro com a intensidade das luzes de Paris
Estou parada, estática na intensidade de estar correndo sem parar
Sem conseguir parar
Sem vontade de parar
Sem poder parar...

Por fora riso
Por dentro choro
Por fora trama
Por dentro trauma
Só uma palavra me devora
Aquela que no momento me vem do peito 
Mas não me serve à boca
Indevida emoção, esse sentimento
Meu coração se nega
Não assumirei tal alarde
Sou covarde
Assumo a incapacidade
Silêncio...

O dia amanheceu
E a solidão emerge
Sinto tua falta
A madrugada pede a tua presença
Pede teu corpo com o meu
Teu cheiro
- Nossa sina -
Estamos fugindo de nós mesmos
Tentando não nos apegar
Ao perfeito sentimento do querer...

E me invade
E me perco
E me entrego
Mas aonde está você?

Te quero
Não posso...
Deixa
Vai passar...
Eu sem você
Você sem mim
Vamos viver um sem o outro
Ainda que hoje 
Essa saudade carregue
Todo o sentido do mundo.


Silene Morigi

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

QUESTÕES

Quem está no comando? Eu ou você?
Quem comanda essa situação?
Quem comanda nossas vidas?
Quem oficialmente declara essa guerra?
Quem em meio a esta confusão confessa?
As questões estão sempre na minha mente
E nas suas, estão?
Você alguma vez transitou na sua mesnte?
Ficou na dúvida de qual avenida seguir?
Somos infectatos pelo parasita da dúvida
Somos seguidos pelo instintos de sobrevivência
Tentamos ser donos da verdade
Pessoas nobres, de grande coração
Quando na verdade
Queremos preencher esse imenso vazio
Com apenas uma pessoa
Pouco a pouco se recolhe a esperança
Pois na realidade esperamos a ausência
A perambular na existência
Sofremos
Ninguém se acusa
O tempo passa
O relógio não para
E nesse jogo não existem vencedores
Todos nós perdemos
Por medo de assumir a DÚVIDA.


Silene Morigi

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CONTÍNUO



A eterna espera do nada
A eterna espera do que não vem
A eterna espera do que não existe
A eterna espera pelo infinito
Espero
E continuo a esperar
Até quando vou continuar assim?
O que eu espero afinal?
O nada
O que não vem
O que não existe
O infinito de esperas sem respostas
Quero tudo e não quero nada
Vivo tudo e não vivo nada
Sonho tudo e não sonho nada
O que eu quero?
O que eu vivo?
O que eu sonho?
O vento vindo do mar
Leva as minhas dúvidas
Mas não traz nenhuma resposta
O cigarro acaba
A música acaba
A noite acaba
E o que aconteceu?
NADA
E continuo a eterna espera
Querendo
Vivendo
Sonhando



Silene Morigi



quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O PRIMEIRO BEIJO


Fechei os meus olhos para dar-te o primeiro beijo
Que foi algo mágico
Sensações subiam no meu corpo
Até atingirem a minha nuca
Onde acariciando meus cabelos
Envolvendo-me com seus braços
Tive por um momento a impressão de levitar
E como em um passe de mágica
A noite rompeu a aurora
Quando abri os olhos
Para verificar se ainda continuava no chão
Vi seus olhos encantadores a me olhar
E seu sorriso
Que com as primeiras luzes da manhã
Iluminou ainda mais todas essas sensações
Que brigavam dentro de mim.
E agora quero sentir isso tudo novamente...


Silene Morigi

domingo, 10 de outubro de 2010

VESTIDOS


A espera é a paciência vestida de calma
A anciedade é o fruto da espera vestida de urgência
A urgência é a necessidade vestida da demora
A demora é a necessidade vestida do tempo
O tempo é o senhor da sabedoria vestido de inteligência
A inteligência é a experiência vestida dse discernimento
O discernimento é o certo vestido de opinião
A opinião é asubjetividade vestida de verdade
A verdade é o fim e o começo envolvidos na sinceridade.



Poema feito via facebook, com a parceria do meu grande amigo e poeta Luciano Frigeri.

sábado, 9 de outubro de 2010

POÉTICA GRAVITACIONAL



Na incapacidade de certas coisas, existo
E fico na pretensão de adentrar com a palavra
Seria ousadia de minha parte
Tentar fazer diferente
Viemos disso, somos filhos de versos
O alicerce que produz poemas
E mantém acessa a chama da vida
Assiduamente estamos diagnosticando
O trauma, o drama
Manipulando a cura para os males
Estamos direcionando nosso existencial
Para fins desconhecidos
No compasso do meu anseio do meu querer
Da minha vontade
Tento, Fujo
Por ser livre, ando, corro, voo
A frustração da ideia não realizada atormenta
E não existem madrugadas para consolar
Nem dia, com o calor do sol melhoram
Apenas o sentimento, mútuo, verdadeiro
Mas a incompreenção dos fatos
Distorcem objetivos
Acaba
Restam apenas a imaginação
Com o limite no céu
E a gravidade do universo.


Silene Morigi

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

E AGORA?



01/09/10

Sinto que o fim está próximo
O fim desse sentimento
Não porque acabou, mas sim porque eu tenho que acabar
Juro que não queria, mas sou obrigada
Obrigada poque não quero sofrer, estou cansada,
Já sofri, não quero mais,
Dói, machuca, sangra, arde, incomoda.
Sinto que o nosso amor é como um colar de pérolas
Lindo, branco, perfeito
Mas arrebentou na terceira vez que usei
Vi você partir, feriu meu coração
Queria ter seu amor perto, junto de mim
Mas tenho que me conformar que nossas vidas são diferentes
Que nosso amor não é deste mundo
Quem sabe em uma outra vida, possamos ser felizes juntos
Eu quero
Vou esperar
Pois sei que nossas almas são cumplices
Unidas por uma força
Afastadas pelo destino
Que seja feito o que é bom pra nós.



Como se eu não acreditasse em conhecidências
E que as coisas mudam
Nada melhor do que o tempo
Curador de qualquer mal...
As coisa realmente mudam...
E agora?
...
Mudou.


Silene Morigi

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

RETRATO EM PRETO E BRANCO

Já conheço os passos dessa estrada,
Sei que não vai dar em nada,
Seus segredos sei de cor.
Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali, sozinho,
Eu vou ficar tanto pior.
O que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto, evito tanto
E que no entanto volta sempre a enfeitiçar?
Com seus mesmos tristes, velhos fatos
Que num álbum de retratos eu teimo em colecionar.
Lá vou eu de novo como um tolo
Procurar o desconsolo
Que eu cansei de conhecer.
Novos dias tristes, noites claras
Versos, cartas, minha cara, ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isto é pecado.
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado e você sabe a razão.
Vou colecionar mais um soneto,
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração.

Música: Elis Regina
Composição: A.C. Jobim/C. Buarque



Música está que toca meu coração, talvez porque seja na voz de uma grande interprete, talvez porque seja de grandes compositores, talvez porque seja de uma época que eu gostaria de ter vivido... ou simplesmente porque... "Eu já conheço os passos desta estrada, sei que não vai dar em nada..."
As coisas na vida poderiam ser muito faceis se não existisse o jogo da vida, porque precisamos jogar para nos dar bem? Sermos muitas vezes quem não somos para agradar as pessoas, para conquistar as pessoas...
Será que é por isso que muitas vezes estou sozinha?
Será que estou querendo ser eu mesma demais?
Cansei desse joguinho sujo, não quero ser diferente... não quero ser igual a ninguém.
Não quero jogar, eu não entrei neste mundo para jogar, entrei para viver...
Viver intensamente,
Então poque não posso fazer o que eu quero?
Porque para conquistar alguém, eu digo em relacionamentos amorosos, precisamos ser pessoas sem defeitos, não eu não fumo.. minha familia é consevadora, eu estudo, trabalho e durmo a noite, faço curso disso e daquilo, sou super antenada na atualidade, a favor do meio ambiente, gosto de política, cachorro e sou vegetariana, meu time é o Flamengo (porque é o maior time do Brasil), eu não gosto de balada, Eu sou de namorar, quero casar e ter uma vida instavél com filhos...etc...etc..etc... por que?
Não posso simplesmente ser eu mesma, com apenas 50% dessas qualidades perfeitas para uma boa companheira?
Posso ser a favor da independência dos sexos, e gostar de um braço pra dormir a noite...
Posso ser Independente financeiramente, mas dependente de carinho e afeto...
Ninguém é de ferro, somos feitos de carne, osso e sentimento, não devemos nos privar de vivermos algo por medo...
Mas quem sou eu pra falar, tenho medo, sofro por antecipação, tenho medo do sofrimento, da decepção, da mentira.
Vou morrer de medo e não vou viver como deveria.
Isso sempre acontece comigo, sou tão decidida para certas coisas, tão cheia de mim, mas para outras não, e para não cair no erro e não me decepcionar, desisto e entrego algo que ainda nem vivi, como meio de auto-proteção.
Essa auto-proteção que se torna uma auto-destruição do ato de viver.
Sempre que me sinto ameaçada, recolho meus homens do campo de batalha e entrego a guerra.
Sentimentos não são para serem controlados, são para serem vividos, por isso aprendi a entregar meus sentimentos a poesia, só ela consegue me entender, posso não ser na vida real o que sou na minha escrita, talvez por medo, mas no papel e na caneta posso ser o que eu quiser, posso sentir todos os sentimentos que desejo, e posso ser feliz sem jogar nada... apenas vivendo o que escrevo.


Silene Morigi

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A VIDA E O DESTINO




A vida pode ser cheia de surpresas.
O destino pode ser definitivo.
Acreditar na vida é acreditar no incerto
Acreditar que fazemos a nossa trazetória
Que somos responsáveis pelo nosso futuro
Acreditar no destino pode ser o imudável
Acreditar que as coisas já estão pré-destinadas
Que nada que fizermos vai nos livrar do destino.
Mas...
Existe diferença entre a vida e o destino?
Como a vida é imprevissível e o destino tão certo?
Devo deixar a vida me levar?
Acreditar no destino?
Mas qual será o destino?
Questionamentos invadem a minha mente
Com uma voracidade surreal
Não que isso seja uma novidade, acontece sempre
Hoje acordei com esse... vida e destino.
Quero a certeza e a dúvida,
Quero a vida e o destino...
Que a vida me leve e o destino me conduza
Juntos em busca da felicidade.
Mas o que é ser feliz?
...
...
...


Silene Morigi

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A GRANDE VIAGEM


Viveríamos no universo paralelo
Pois disperta em nós esse desejo
Desejo de se aventurar
Por terras distantes e desconhecidas
Descobrir mistérios
Reviver o passado da história daquele lugar
Quem sabe, escrever um futuro
Revolucionar crenças
Construir um elo com a nova moradia
E depois, sumir novamente
Embarcar para uma viagem sem fim
Pelos caminhos do inimaginável
Do desconhecido efeito da aventura
Que invade nossa alma
Que nos desprende de coisas materiais
Não queremos nada
Não precisamos de nada
Apenas da companhia um do outro
Do apoio, da iniciativa do novo
Vamos, já esta na hora
Álias passando da hora
Queremos e precisamos disto
A aventura nos faz sentir a vida
Estamos vivos porque alimentamos nossa alma com o NOVO.


Silene Morigi

sábado, 2 de outubro de 2010

COMEÇO, MEIO, SEM SABER O FIM

Nessa voracidade da angústia do incerto,

Me encontro a juntar pensamentos perdidos,
Mistérios,
Sentimentos embalados em música, bebidas e cigarros
Nasce, cresce e morre ali
Sem dizer nada
Entra, invade, vive intensamente, acaba
Como quando acordamos de um sonho bom...
E no outro dia, estamos ali no mesmo lugar
Pra vivermos novamente tudo que nos prende um no outro.
Nasce, cresce e morre ali.
Nasce, cresce e morre ali.

Morre ali.
Morre ali.

Silene Morigi

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

POESIA



A poesia é intransferível
A poesia não precisa de nada
Ela nasce e usa as palavras
Pra tentar descrever o indescritível no universal.

A poesia não precisa do meu corpo
Ela já possui a minha alma
Uso apenas a minha voz
Pra levar ao mundo tal manifesto

Usa-me poesia,
Faço de ti a minha existência
Leve-me em seus braços
E me conduza a eternidade
Aonde não exista certo e errado
E onde eu possa viver entre as palavras pra sempre...

Silene Morigi