Tira desse olho verde
A crua beira de melancolia
Atira nesse pote a sede
E joga a rede ao que abomina, da mente
Nada se ergue no grão, ó menina
tudo se nasce em unção
E um é um só na lente
Quando não te filma.
Cortes, esperas e espetáculos
Te olham em teu salto
Triplo, imortal e amortecedor!
Amortece a queda
Pisa teu pé não na selva
E abre bem a janela
Pro teu ouro em cor.
Tantas tintas enfeitam teus cabelos,
Teus dotes e conselhos
A restaurar tuas ilhas!
E se te isola é de pranto
Pois já és do meu Santo
Quem dirá minha filha!
Olha esse verde olhar esmagado
Pela negação tão inútil da tua clausura.
Liberta este peito estufado
E deixa vir ar, e não fardo
Já tão empilhado em beco de rua!
Ria, menina do céu em seu passo
Que o mundo fará por onde merecê-la.
Até a estrela se esconde no claro
Reserva teus raios pra iluminar lua cheia!
Natália Parreiras.
www.sonatainsonse.blogspot.com
www.ressacadoversoseguinte.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário