domingo, 5 de setembro de 2010

Balada para a moça do mais belo olhar de vento

Tira desse olho verde
A crua beira de melancolia
Atira nesse pote a sede
E joga a rede ao que abomina, da mente

Nada se ergue no grão, ó menina
tudo se nasce em unção
E um é um só na lente
Quando não te filma.

Cortes, esperas e espetáculos
Te olham em teu salto
Triplo, imortal e amortecedor!

Amortece a queda
Pisa teu pé não na selva
E abre bem a janela
Pro teu ouro em cor.

Tantas tintas enfeitam teus cabelos,
Teus dotes e conselhos
A restaurar tuas ilhas!

E se te isola é de pranto
Pois já és do meu Santo
Quem dirá minha filha!

Olha esse verde olhar esmagado
Pela negação tão inútil da tua clausura.

Liberta este peito estufado
E deixa vir ar, e não fardo
Já tão empilhado em beco de rua!

Ria, menina do céu em seu passo
Que o mundo fará por onde merecê-la.

Até a estrela se esconde no claro
Reserva teus raios pra iluminar lua cheia!

Natália Parreiras.
www.sonatainsonse.blogspot.com
www.ressacadoversoseguinte.blogspot.com

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